segunda-feira, janeiro 5

nota breve sobre curiosidade cultural



É bonito ver que, todos os finais de ano, uma das tradições dos brasileiros é ir ao mar, lançar flores e agradecer pelo ano findo e pedir pelo novo, a Yemanjá. Yemanjá é a deusa das águas e dos mares, e que no fundo simboliza a Nossa Senhora, Virgem Maria ou que cada um lhe quiser chamar. Lançam-se flores porque se diz que Yemanjá é muito vaidosa. Mas depressa percebi que os devotos não se ficam apenas apenas flores, oferecem outras coisas que crêem fazê-la feliz...todo o tipo de coisas. Qual não foi o meu espanto ao ver um casal de velhinhos a dirigir-se à água, ela com flores e ele com uma garrafa de champanhe. "Que lindo", pensei: "vão lançar as flores e brindar à beira mar". Vai daí o velho abre a garrafa e lança-a toda - vidro incluído - para a água e vem-se embora. Não queria acreditar. Depois disso, constatei que era uma práctica comum. Não só o lançamento de garrafas de champanhe como tudo o que a imaginação permita, desde jóias a copos de plático. Talvez por isso, o primeiro de Janeiro tenha constatado isto. Percebo mais uma vez que a evolução de uns é o atraso dos outros, e que a falta de informação e o excesso de religião podem ser o cancro do mundo (juntamente com o medo, mas isso é outra conversa). Ora bem, em falta de Yemanjá para responder à letra, respondo eu por ela: pode ser vaidosa, mas não é bebâda e muito certamente não deve ser consumista. O que ela quer mesmo é que deixemos de mandar merdas que continuem a poluir os oceanos. Haja Santa paciência!

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