quinta-feira, fevereiro 26

MEL...


Pois para que saibam que estou muito bem. De momento e mais precisamente na Ilha do Mel, vulgo paraíso encantado de trilhas de areia e vegetaçao tropical com praias gigantes de areia branca, água do mar morna e pura boa vida. Fica no sul do Paraná, que é o estado abaixo do Rio. Não apetece sair daqui. Ando descalça o dia inteiro e vocês sabem que eu adoro um pé descalço. A ilha não tem um único veículo motorizado e toda a gente circula a pé ou de bicicleta. Mercadoria, seja qual for, vai numa versão grande de carrinho de mão comum por aqui. Estamos hospedados gratuitamente na casa de uma senhora linda de 67 anos que nos conheceu, se encantou e nos convidou a ficar o tempo que quiséssemos. Neste ponto da viagem não poderia ter sido mais perfeito encontrar um lugar onde sentir-nos em casa e uma mãe brasileira com histórias de avó para contar, que faz cafezinho e almoço, e que cuida de nós. A felicidade, aprendi com ela, é não precisar de quase nada.

Amigos já fizemos muitos e daqueles que ficam. Viajar com um trompetista faz com que a sintonia (e sinfonia) seja imediata e que à nossa volta haja música música e mais música. Entre muitas outras coisa, tem havido sessões com saxofones, guitarras e percussões em bares de praia até quase o sol nascer, onde cada vez se junta mais gente. Já todos nos conhecem e nos tratam como de casa. Contagiante e de encher a alma. E, claro, muito MUITO divertido.

Tenho também sentido muito amor e energia vinda desse lado para mim. Os culpados que se acusem. :) As saudades são muitas mas apenas amor que queria ter asas, porque na verdade os meus estão sempre comigo. Enfim, o tempo voa como sempre e vamos fazendo tudo para viver o Presente da melhor forma possível. Já já nos encontramos de novo, por aí. Por agora, confesso, não tenho pressa. Aprendo muitas coisas pelo caminho, tantas e tão importantes que nem posso explicar. E vejo claramente que esta vida ou todas as outras que já encontrei pelo caminho, são tão "reais" e possíveis como qualquer outra, é tudo uma questão de como se vê as coisas e do que se quer da Vida.

Tenho estado bastante consciente e introspectiva e sinto que a minha energia ganha mais e mais potencial, de cura e de transformaçao positiva nos outros. É algo que eu sabia que tinha, mas que estava meio adormecido, desperdiçado. E centrar-me em aproveitar esse potencial é mesmo a ideia desta viagem. Conhecer o mundo e aproveitar cada momento são apenas cerejas em cima de um bolo perfeito que quero comer bem devagarinho,aproveitando cada dentada.

E estou ciente da sorte incrível (a "produção", a "produção" não falha) que é tudo isto.

Um abraço cheio de amor e alegria
daqui para aí.

quarta-feira, fevereiro 18

suspiro

ver as cataratas do iguazu...entrar na densa floresta tropical de terra vermelha, caminhar um dia inteiro pela imensidão do parque; por entre iguanas, aranhas, jacarés e o que mais se puder imaginar; e ao fim dia estar mesmo por cima do abismo brutal que é a garganta do diabo, a sentir o poder de um rio tranquilo que de repente se transforma em queda livre vertiginosa num rosnar feroz de água imensurável - inacreditavelmente imensurável -deixando que o som te hipnotize, que a visão te pasme e que a espuma cadente em ricochete te molhe o corpo exausto de calor e humidade...é um daqueles momentos na vida em que só nos podemos sentir minúsculos e abençoados, com uma tremenda vontade de chorar e rir ao mesmo tempo: tão intenso que não merece - nem permite - o uso de pontos parágrafos.

sexta-feira, fevereiro 13

lembrete

lembrem-me de vos falar do vale dos pirilampos e do livro de contos do rio quilpo. estou demasiado dentro dessa magia para a poder contar. encontrei um lugar onde sempre voltar. e quem sabe, um dia ficar...

Give me Hopi, Joana...

Esta foi a última mensagem enviada pelos indios hopi ao mundo, a quem só se dirigem uma vez em cada onze anos...a mim causou efeito e por isso quis partilhar.
(um aparte: curiosa "coincidência", a de terem terminado o texto com uma frase - poderosa - com que o sr.Obama também terminou um dos seus mais recentes discursos)

Vale a pena ler.

Mais sobre os Hopi, aqui.


“Les has dicho a las gentes que esta es la Hora Onceava. Ahora debes regresar y decirle a las gentes que ésta ES la Hora. Que hay cosas que deben ser consideradas:

¿En dónde vives?

¿Qué es lo que estás haciendo?

¿Cuáles son tus relaciones?

¿Estás en la relación adecuada?

¿Dónde está tu agua?


Conoce tu jardín. Es el tiempo para hablar tu verdad. Crea tu Comunidad. Sean buenos los unos con los otros. No mires afuera de ti buscando guía. ¡Este podría ser un buen momento!. Existe un río que ahora corre muy rápido. Es tan grande y veloz que algunos temerán. Tratarán de agarrarse a la orilla. Sentirán como se parten, y sufrirán mucho. Has de saber que este río tiene destinación.

Los Ancianos dicen que debemos soltarnos de la orilla, empujarnos hacia el río. Mantener los ojos abiertos. Y nuestras cabezas fuera del agua.

Mira quién está contigo y celebra. En este momento de la historia, no debemos tomar nada personal, y menos a nosotros mismos. Ya que en el momento que lo hacemos, nuestro crecimiento espiritual y nuestro viaje, se detienen.

El tiempo del lobo solitario ya pasó. ¡Júntense!

Erradica la palabra lucha de tu actitud y vocabulario.

Y todo lo que hagamos ahora, será hecho de manera sagrada y en celebración.

Nosotros somos Aquellos a los cuales hemos estado esperando.”


Los Ancianos Oraibi, Arizona Nación Hopi.

domingo, fevereiro 8

consciência

Como sempre, os testemunhos ficam aquém de tudo o que se vive e nao há palavras que possam ser fiéis à verdade do que vai dentro. Relê-los é aperceber-me dessa infinita incapacidade de poder expressar tudo o que sente um ser. Como muitos de vocês devem imaginar, esta viagem nao se trata da vontade imensa de ser turista e conhecer outros lugares, ainda que seja um cenário agradável e enriquecedor e permita a oferta de uma realidade em que somos apenas aquilo em que nos concentramos. Esta viagem trata-se mais do que nada de uma busca espiritual, da procura de um equilíbrio perdido na confusao do mundo que manifesta o desmoronamento constante e vísivel dos seus mecanismos, tal como o conhecemos. Trata-se de uma opçao de despertar, de nao querer permanecer inerte e adormecida perante a minha própria vida e o meu próprio tempo, perante o meu próprio ser e sua missao, que facilmente se vai deixando enredar nas teias da ilusao e da dormência. Sei que para a maioria de vocês esta mensagem também tem vindo a assomar as consciências. Como seres inteligentes que sao, nao sao alheios à mudança ultra-rápida do planeta e dos seus vícios enferrujados, nem o serao concerteza ao que de repente nao parece fazer sentido nas vossas vidas. Dizem os maias que este é o Ano de Transformaçao, o Ano da Tormenta Eléctrica Azul, e que por isso todos estaremos a passar por processos de mudança a uma velocidade que nem sempre entendemos ou podemos acompanhar. Eu finalmente, e já vou tarde, assumo que sim. Que acredito no sentido que me fazem, na missao que me incube o universo, que ao ouvir e entender, se compreende que mais lógico impossível. Sei que tenho um longo caminho de conexao adiante, mas que ele nao podia avançar sem primeiro dizer-me a mim própria - e aos que me chegarem a ler (alguns entenderao, outros nao, uns quantos sorrirao ao ver aonde ainda estou...) - que nao quero mais o meio termo, o estudar mas duvidar, o entender mas defender, e sim agora pretendo seguir com fé e confiança na procura das respostas que sei trazer dentro. E que espero, neste longo tempo de tormenta, me cheguem com muita luz. Esta é a minha escrita para mim mesmo, e que pelo caminho, vos deixo chegar para que...nao sei...de algum modo, me acompanhem.

Nste momento estou em Capilla del Monte, um lugar particularmente especial e onde todos parecem brilhar de dentro para fora. É também um lugar conhecido internacionalmente pela passagem frequente de ovnis (a sério) na montanha mais próxima, chamada Utitorco (e que é todinha de quartzo cristal). E o melhor é que todos os habitantes afirmam a sua veracidade como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu de extra-terrestre confesso que nao vi nada mais do que o habitual, mas sinto realmente que este é um lugar com muito poder. Por todo o lado, se sente que quem aqui vive é porque deseja estar conectado a uma forma de vida mais energética e natural - e nao é o que todos desejamos sinceramente? Talvez por isso me sinta feliz e tranquila aqui. Agora mesmo vou a um dos encontros que há na aldeia, de meditaçao em silêncio pela paz mundial. Acredito nessa força energética, de uns a compensarem outros pela vibraçao. E é bom quando chegamos a um lugar e todos parecem estar a falar a mesma lingua. Quando entendemos a noçao de "we are one", sentimos realmente que o caminho se constrói pela mao de todos e que de outra forma nao é possível. E que basta estar "ligado" para tudo à volta começar a responder em forma de nao-casualidades surpreendentes, quase mágicas. A vibrar, a sincronizar, a demonstrar-nos que basta estar atento. Aconselho. Uma paragem, uma respiraçao, um momento de silêncio e comunhao com a natureza. Pelo menos uma vez por dia. Porque esta uniao faz-se de muita força. E quantos mais, mais forte será. E isso, provavelmente, será a melhor esperança que podemos ter.

Perdoem aqueles a quem isto já parece antiquado, e aqueles a quem isto já parece demasiado "moderno". Sem julgamentos, com muito amor e com imenso respeito pelo ritmo e caminho de cada um,

um breve até já,
J.
e nao é que as sessoes da casa da Piri viraram famosas? Vejam o artigo que saíu no jornal...ultimos paragrafos fazem remetencia a um trompetista italiano que tocava o Libertango: qualquer semelhança com o meu companheiro de viagem Carlo nao è, obviamente, uma coincidência:

http://mail.google.com/mail/?ui=1&view=att&th=11f4e3c2a8dd510c&attid=0.1&disp=vah&zw

uníssono

Ora bem, cá vai disto.

A vida melhorou muito nos últimos tempos. Mais, para dizer melhor. Desde a última vez que escrevi, já andei mais 800km e muitas vidas. Depois de Mendoza, entre amigos de hostal e camping com assado (o famosos churrasco argentino, que nos foi devidamente cozinhado por locais, no meio de um cenário idilico em rio dancante), fizemo-nos à estrada, rumo a Córdoba. Doze horitas de autocarro, metade passadas a ouvir música maravilhosa e histórias sonoras (gravadas pelo Carlo, que tem um gravador incrível onde ficam para sempre memórias escutáveis dos lugares por onde passa) em orelha compartida, a outra metade a dormir contorcida e em modo caïmbra. Ossos doridos do ofício, felicidade de quem corre por gosto e nao há modo de cansar. Chegámos. No hostal, os hospedes vizinhos eram quase todos israelitas, o que em certas coisas é um óptimo presságio. :) Depressa nos fizemos de casa. Há-que especificar que ando a viajar com um italiano cara de pau que toca trompete e se mete com todo a gente num idioma particular e com um humor desarmante que conquista a mais fechada das almas. Só vendo. Aos que insistem em perguntar se somos um casal, desistimos da resposta inicial em dizer que somos "apenas" amigos e passei a responder: "no. es mi perro."

Na primeira noite na cidade, estamos alegremente a passear pela praca e "reconhecemos" sentados dois tipos que cumprimentámo-nos com um olhar cúmplice e sorriso aberto, como seres da mesma tribo tendem a fazer. Passados minutos, sentamo-nos perto deles, a ouvir o que tocava guitarra com uma voz de anciano vivido que derrama a alma pela voz. Incrível sonoridade, apenas um sinal da quantidade de excelentes músicos que íamos encontrar pelo caminho. A intimidade foi imediada mas comedida, até ao momento em que nos pergunta o signo maia. De aí a estarmos a cozinhar na cozinha do espaco que lhe empresta um amigo aquando da sua passagem por Córdoba, foi um dia. No músico, Juan Canay, encontrei uma especie de mestre amigo e sem necessidade de nenhum desses titulos para ambos o sabermos. Um homem, já avô, que trabalhou anos em jornalismo de rádio, televisao e jornais, que gravou três discos, que viveu em nao sei quantos sitios e deu todas as voltas de satisfacao do ego pela via laboral e material, e decidiu, há oito anos atrás, vender a sua casa, ter uma conversa com os seus filhos, já adultos, e partir. Deixou para trás todo o conforto e buscas exteriores para se conectar com o mundo, com o tempo e com ele mesmo. Vive dos nao-acasos do universo, e diz nunca o terem deixado mal. É também artesao, músico exímio e senhor de runas, estudioso de i-ching e seguidor fiel da sabedoria maia. E para mim, um nao-acaso pontualíssimo.

Apesar de já nos sentirmos em casa, o objectivo de Córdoba era rumar a Cosquín, a duas horas da cidade, para irmos ao tal festival de folklore, que pensei ser "boring". Havia que ir. O que nao contávamos era que o Juan nos fosse indicar o lugar onde ir, mal chegassemos: a casa da Piri. Como explicar? A casa da Piri é o lugar onde há sempre músicos e músicas e onde todos vêm bater depois da noite acabar e o dia apenas comecar. É na verdade, um quarto, uma cozinha e um jardim, do mais simples que podem imaginar, mas onde cabe o mundo inteiro. Chegámos e bastou dizer da parte de quem vinhamos para nos conseguir um espacinho no jardim onde montar a tenda. De vizinhos tenda temos cinco, apenas porque nao cabem mais. De partillhadores de espaco, onde soa música de noite, manha e madrugada (é bem conhecido por nao ser o lugar mais apropriado para dormir) temos centenas, que vao rodando consoante o horario e estado de consciencia. De norte a sul, de este a oeste, do Peru à Italia, todos fazem parte do que acontece na casa da Piri. E o mais impressionante, todos músicos incríveis, que mesmo com doze horas de alcool e nenhuma de sono estao sempre no tom certo. Amigos novos, muitos, e na alma uma sensacao de familiariedade francamente comovente. Ali nao se cobra, nao se questiona, nao se pergunta, apenas se é, se partilha e se comparte, trate-se de música, comida ou energia. As últimas três madrugadas foram despertadas por bombos, flautas, violinos, acordeons, guitarras ou vozes cantando músicas que já se entranham em cordobês (só o sotaque cordobês merecia que se lhe dedicasse um texto inteiro), nao havendo outro remédio senao interromper o descanso - seja ele o quao necessario for - e juntar-te à festa.

Quanto ao Festival, dois apontamentos:

O folclore aqui é toda uma outra conversa, tem inumeraveis variacoes - do alternativo ao popular, do litoral ao interior, da chacarena à zamba - e é um acontecimento onde todos os jovens e velhos, sejam engenheiros, médicos ou padeiros, dancam, cantam e vibram; e a cidade inteira - do rio ao club, da praca ao bar, da discoteca à música de rua - vibra com eles.

Os cóoordobses (tentativa de imitar o inimitável e cómico sotaque lento e arrastado) sao uns grandas malucos. A festa aqui "comeca" às onze da noite, o que na realidade significa às quatro da manha, o que na verdade siginifica que se nao dormires nenhum dos dias (e seguires directo para a casa da Piri quando a noite "oficial" acabar), melhor. Tudo bem regado - mas mesmo impressionantemente regado - com cerveja ou com essa mistura incrível que é a Fernet com Coca Cola (sim, a velha Fernet, aqui, é um monumento nacional e eu, que descobri que afinal sabe a propólis, já me habituei a ela) e com muito boa disposicao, música e humor. Quando o calor aperta - pelas duas da tarde, - ok, decide-se que é hora de descansar, o que na verdade significa ir para o rio (lindo lindo lindo) tomar banhos de água deliciosamente morna, fechar os olhos debaixo de uma sombra de árvore, tocar mais música e, de preferência, continuar a beber.

Eu vou fazendo o meu caminho, tranquilo na medida do possível e descansado na medida do impossível. Há uma nova paz interior e muitas gargalhadas a sobrevoar tudo isto. Para que saibam.

Estou Bem.

um grande beijo e um breve até já,

J.

introduçao

Caros seres que querem saber de mim,

Dear people who care,

Queridos amigos que se importan,

So para informar que a madame esta bem e recomenda-se. Passados os dias de conforto maternal e alegrias brasileiras, eis que se acabou a vida de lorde e se mudou de registo para abraçar o verdadeiro estilo mochileiro, deep and dirty, oh yeah baby. Chegar a Buenos Aires e encontrar amigos que nao via ha seis anos, conhecer outros que estava para conhecer ha seis anos e encontrar-me no dia seguinte com o amigo Carlo, acadinho de chegar do peru, foi uma injecçao de energia vibrante que me encheu de felicidade. Buenos Aires, ahhh, sem duvida que esses bons ares a mim me fizeram bem. Noites de praças, musicas, cerveja, lembranças e gargalhadas puseram-me o brilho no olhar que creio so devem ter aqueles que se apercebem do presente, e valoram cada segundo que passa com magia. Passeios, respastos e descansos, realidades conhecidas e memorias revividas fizeram-me sentir em casa. E trocas com outros saberes, outras viagens e pessoas que se encontram por acaso no meio de um concerto de 5000 pessoas e parecemos conhecer - e conhecemos mesmo - sao as pequenas experiencias que fazem tudo valer ainda mais a pena. E gatos, tem havido sempre gatos nesta viagem. A cidade è linda, limpa e estranha-se o facto de estar na america latina. Parece deslocada em tempo e ferida no orgulho por a terem posto ali. Mas depois tem a brilhante energia e flexibilidade descontraida dos paises "menos desenvolvidos", e a alegria descomplexada de que aprendeu a rir das miserias da vida. Se pedes a um autocarro para parar a meio da estrada e esperar pelo teu amigo que esta a comprar uma sandes, eles ainda param. Ainda nao foram afectados pelo efeito robotico-androide das grandes metropoles, nas quais te lavam o cerebro para te limitares a seguir ordens. Em suma, por aqui permanecem humanos. Curioso ver as antiteses do mundo: os que mais tem, sao os menos felizes na expressao e os que mais problemas desenvolvem. Os que mais desenvolvem sao os que menos disfrutam do tempo. Quanto mais civilizados menos humanos. Quanto mais "evoluidos" menos ligados a natureza. Da que pensar? Pois pensai.

Demoraria anos em explicar tudo. Abrevio, porque ja sei que e impossivel.
Agora estou em Mendoza, com o meu tano companheiro de viagem, Carlo Coppadoro. Mendoza fica a noroeste da argentina e aqui e onde se produz a maior quantidade do belo vinho argentino. Tambem se faz desporto de aventura, sobem-se montanhas e salta-se de parapente sobre uma paisagem imensa. Eu vou andar a cavalo por ai e de bicicleta para as bodegas de vinho (que dizem que a volta nao e facil...)
Depois vamos atravessar ate a outra ponta. Vamos ate Cordoba, onde o Carlo insiste em levar-me a um festival de folklore (boriiiiinng) e depois ate as cataratas do iguacu, onde vou ver aguaaaaaaaaaaa, sem a qual tenho agora a absoluta certeza sou incapaz de viver. (Um aparte lido nalgum lugar da bahia: a vida e demasiado curta para se viver longe do mar...) Estao 38 graus, assim que poderao entender a ansiedade... dai penso que nos separamos, ele vai para o brasil e eu vou por-me a caminho da bolivia e peru. glu glu.

fica aqui um pequeno relato desta vida errante e desprendida, incrivelmente magica, que ja tinha esquecido mas que sem duvida continuo a amar e chamar de minha. por agora fico-me que senao nunca mais me calo, repetindo uma palavra que se tornou recente habito do meu irmao (que em todos os mails termina assim):

DISSE.


um beijo a todos, com sempre saudades mas muito muito amor sempre presente...

Presente Presente Presente
Vivam.

disse.
joana



sorry, lost my hand to write all that in english and castellano, so please LEARN TO READ PORTUGUESE or get the resume :)


so, Im alive and kicking and happy to be so. Im now in mendoza, south west argentina. before, i was in brasil and buenos aires. friends, laughs and great feeligs. spreading joy all around. here, im going to drink a lot of wine and horse ride in the mountains. then ill be crossing all argentina through cordoba untill i reach cataratas de iguacu. im now travelling with carlo, my lisbon living italian friend. then he's off to brasil and Ill be heading to bolivia and peru. glu glu.

best phrase read so far (in bahia): "Life is too short to live away from the sea..."

I'm loving to take time to live life with no hurries. It feels more like myself. we should all do so once in a while.
and live and love the present moment to the max. that's the current moto.

(this turned out like a school work describing "How were my hollidays?", but please be undestanding.

Love and kisses,
joana