quinta-feira, janeiro 8

trancoso sempre tranca




Estou de volta a Trancoso. Ki maravilha!!!

segunda-feira, janeiro 5

nota breve sobre curiosidade cultural



É bonito ver que, todos os finais de ano, uma das tradições dos brasileiros é ir ao mar, lançar flores e agradecer pelo ano findo e pedir pelo novo, a Yemanjá. Yemanjá é a deusa das águas e dos mares, e que no fundo simboliza a Nossa Senhora, Virgem Maria ou que cada um lhe quiser chamar. Lançam-se flores porque se diz que Yemanjá é muito vaidosa. Mas depressa percebi que os devotos não se ficam apenas apenas flores, oferecem outras coisas que crêem fazê-la feliz...todo o tipo de coisas. Qual não foi o meu espanto ao ver um casal de velhinhos a dirigir-se à água, ela com flores e ele com uma garrafa de champanhe. "Que lindo", pensei: "vão lançar as flores e brindar à beira mar". Vai daí o velho abre a garrafa e lança-a toda - vidro incluído - para a água e vem-se embora. Não queria acreditar. Depois disso, constatei que era uma práctica comum. Não só o lançamento de garrafas de champanhe como tudo o que a imaginação permita, desde jóias a copos de plático. Talvez por isso, o primeiro de Janeiro tenha constatado isto. Percebo mais uma vez que a evolução de uns é o atraso dos outros, e que a falta de informação e o excesso de religião podem ser o cancro do mundo (juntamente com o medo, mas isso é outra conversa). Ora bem, em falta de Yemanjá para responder à letra, respondo eu por ela: pode ser vaidosa, mas não é bebâda e muito certamente não deve ser consumista. O que ela quer mesmo é que deixemos de mandar merdas que continuem a poluir os oceanos. Haja Santa paciência!

fim e começo


Passei o fim de ano no Rio de Janeiro, no lugar mais clássico de todos: a praia de Copacabana. Como já estava à espera, foi um pouco surreal. Após 29 anos a passá-lo no mesmo lugar, em casa, na ilha a que gosto de chamar "the rock", entre montes de familiares vestidos a rigor negro, a assistir a um dos espectáculos mais incríveis do mundo em cenário bem friozinho, encontrar-me no meio de 2 milhões de desconhecidos na praia, vestida de branco e chinelo, cheia de calor e - mais que tudo - sem programa de festas pós fogos - confesso que deixou a desejar. Mas não deixa sempre, essa data tão esperada, pela qual a maioria anseia cheia de planos para celebrar uma coisa que nem faz sentido que é a contagem do tempo? Acaba sempre por ser meio frouxo, ou alguém discorda? Maravilhoso foi na manhã seguinte, estar a sonhar que estava a preparar-me para saltar de bungee jumping com um grande amigo (aquele com quem normalmente termino sempre as noites de fim de ano) e o telefone tocar, acordar-me e ser ele do outro lado a perguntar que raio de fim de ano tinha sido esse que já estava na cama às 10 da manhã? Estar a sonhar com ele e ele ligar-me foi o sinal mais bonito de que o universo é mesmo mais complexo do que pensamos e de que a magia ainda existe para aqueles que nela quiserem acreditar e sentir. Além de ter sido um excelente começo de ano, logo seguido por uma mensagem personalizada da minha amiga Mariana, da Bulgária (conhecida há pouco mais de um mês, num festival de cinema em Kars, que fica na fronteira turca com a Arménia, a Georgia e o Irão) que lá de longe, me surpreendeu e fez esboçar um grande sorriso, ao lembrar-se de mim. O primeiro de Janeiro foi, portanto, bem mais promissor e estimulante que o último de Dezembro. E ainda bem. 2008 foi um ano intenso, cheio de emoções intensas tristes e marcantes que sabe bem deixar para trás. Venha 2009, cheio de novas, alegres e inesquecíveis aventuras. E amigos, com quem sempre poder contar.